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Vistas, tipos de linhas e mais: tudo o que você precisa saber sobre desenho técnico
ESTUDANTE
Desenho técnico é uma representação gráfica utilizada na arquitetura e outras áreas que apresenta características como cortes, vistas e escalas. Ela é normatizada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Quando perguntamos para alguém que quer fazer arquitetura o porquê dessa decisão, possivelmente vamos ouvir como resposta “porque eu gosto de desenhar”.
Mas quem entra na faculdade achando que vai fazer só desenhos a mão livre e deixar as ideias fluírem na folha em branco pode se decepcionar.
Além dos croquis, o futuro arquiteto vai ter que fazer desenho técnico. Essa é uma das matérias mais importantes do curso, pois é nesse momento que o estudante aprende a fazer plantas e criar seus primeiros projetos.
Apesar de essencial, o desenho técnico é o verdadeiro pesadelo de muitos alunos. Mas com treino, foco e mente aberta, é possível dominar a técnica.
Quer começar a se dar bem com o desenho técnico?
Neste artigo, vamos explicar o que é o desenho técnico, suas principais diferenças em relação ao desenho artístico, os conceitos básicos, os materiais utilizados para criação e alguns softwares gratuitos para o desenvolvimento de projetos. Acompanhe!
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O que é desenho técnico?
Desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que representa formas, dimensões e posições de um objeto de acordo com a necessidade de cada situação.
Assim como as palavras de um texto ajudam a transmitir a ideia do autor, os elementos de um desenho técnico são os responsáveis por passar a ideia do projetista para a pessoa responsável pela execução do projeto.
Ele é usado em áreas que abrangem a engenharia e a arquitetura, como edificações, indústrias mecânicas, detalhamentos elétricos, sistemas de infraestrutura, projetos de móveis, entre outras.
Assim como a linguagem humana, uma linguagem gráfica também precisa de regras para que as pessoas consigam interpretá-la.
No Brasil, o desenho técnico segue as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
A norma geral do desenho técnico é a ABNT/NBR 10647. Ela determina as nomenclaturas utilizadas nesse trabalho, os tipos de desenhos, o grau de elaboração, o grau de especificação, o material utilizado e as técnicas de execução (à mão livre ou no computador).
Também existem normas específicas de desenho técnico de acordo com representações utilizadas, veremos algumas ao longo do texto.
Qual é a diferença entre desenho técnico e desenho artístico?
Um desenho artístico retrata os sentimentos do desenhista. Ele pode ter diversas interpretações de acordo com o observador, ou seja: não existem informações que determinem o seu significado.
Já um desenho técnico precisa ter símbolos, numerações e outros elementos que ajudem a pessoa que vai executar o projeto a entender o que deve ser feito.
O desenho técnico tem que transmitir com exatidão as características de uma obra a ser construída. Por esse motivo, a matéria de desenho técnico é uma das mais importantes do curso de arquitetura.
Para entender melhor sobre o assunto, existem alguns pontos básicos que veremos ao longo do post, começando com a geometria descritiva.
O que é a geometria descritiva?
A geometria descritiva é um método criado pelo monge Gaspard Monge no final do século XVI. A metodologia consiste em representar em um plano bidimensional qualquer objeto que exista no plano tridimensional.
Falando de forma mais simples, é a representação de qualquer objeto em alguma superfície plana (que pode ser uma folha de papel ou a tela do computador, por exemplo).
A partir de projeções de um objeto, é possível determinar distâncias, ângulos, áreas e volumes em seus tamanhos reais.
Vistas em desenho técnico
Para entender o conceito de vista em desenho técnico, precisamos falar rapidamente sobre três elementos: o objeto, o observador e o plano de projeção.
O objeto nada mais é do que o objeto que será representado no desenho.
O observador é a pessoa que vê, analisa, imagina ou desenha o objeto.
O plano de projeção é o plano onde se projeta o objeto. No caso de um desenho técnico, pode ser uma folha de papel ou a tela do computador.
O observador pode ver o objeto a partir de diversas distâncias e direções diferentes.
Quando essa distância é finita e a direção (projetantes) são paralelas, chamamos de projeção cilíndrica. Já quando a distância é infinita e as projetantes são convergentes, chamamos de projeção cônica.
Essa projeção do objeto é o que chamamos popularmente de vistas.
Existem três tipos de vistas: a superior, a lateral e a frontal.
Perspectivas em desenho técnico
A palavra perspectiva tem origem no latim e significa “ver através de”. Trata-se da representação bidimensional de algo tridimensional.
Quando desenhamos, estamos fazendo uma projeção de um objeto que existe em 3D para uma superfície que permite apenas uma representação 2D (como o papel).
A perspectiva ajuda quem está vendo o desenho a ter uma noção de como aquele objeto existe no mundo real.
Ou seja, ela permite enxergar a sua altura, profundidade e largura.
Existem três tipos de perspectivas usadas em desenho técnico: a cavaleira, a cônica e a axonométrica. Essa última tem 3 variações: isométrica, dimétrica e trimétrica. Confiras como elas funcionam:
Perspectiva axonométrica
Isométrica
É baseada num sistema de três semi-retas que têm o mesmo ponto de origem. Elas formam entre si três ângulos de 120°.
Podemos ter a visão isométrica de um objeto escolhendo a direção de visualização, de modo que os ângulos entre as projeções dos eixos x, y e z sejam iguais ou 120°. É possível ter essa visão olhando para um cubo, por exemplo.
Dimétrica
Quando apenas dois eixos formam ângulos iguais.
Trimétrica
Quando os três eixos formas ângulos diferentes com o plano de projeção.
Perspectiva cavaleira (ou oblíqua)
A perspectiva cavaleira é um sistema de representação que usa a projeção paralela oblíqua. As dimensões do plano de projeção frontal, assim como as dos elementos paralelos a ele, estão em verdadeira magnitude.
Nessa perspectiva, duas dimensões do objeto que será representado são projetadas em tamanho real (altura e largura). A terceira (a profundidade) tem um coeficiente de redução.
Os eixos X e Z formam um ângulo de 90° e o eixo Y é geralmente 45° (ou 135°) em relação a ambos.
Perspectiva cônica (ou do arquiteto)
Essa é a perspectiva mais usada pelos arquitetos, e por isso também é conhecida como perspectiva do arquiteto. Ela é a que representa com mais exatidão como o olho humano enxerga os objetos.
A perspectiva cônica possui 3 variações, com 1, 2 ou 3 pontos de fuga. Cada uma delas possui regras próprias para sua construção.
A principal diferença entre as perspectivas que vimos até aqui e a cônica é que as linhas que eram paralelas agora são desenhadas de forma oblíqua, além de ter origem em um PF (ponto de fuga).
No entanto as linhas referentes à altura e largura permanecem sem alteração.
Tipos de linhas em desenho técnico
A norma ABNT/NBR 8403 determina quais são os tipos de linhas que devem ser usados em desenhos técnicos.
Elas são usadas em 3 espessuras: grossa, média e fina. O grau de espessura vai depender do objeto que será desenhado na planta.
Por exemplo: as paredes devem ter o traço sempre mais forte em relação aos outros elementos do desenho técnico. Já o desenho do piso deve ser bem suave.
Na representação de paredes que precisam ser demolidas, a linha deve ser tracejada.
Escala em desenho técnico
A escala é uma forma de representar objetos em um plano mantendo as proporções de suas medidas lineares.
Explicando de uma forma mais simples: quando um objeto é grande, como uma porta, por exemplo, um desenho em tamanho real não caberia em uma folha de papel.
Já quando um desenho é muito pequeno, como um parafuso, não seria possível enxergar seus detalhes.
As escalas servem para ampliar, reduzir ou manter o tamanho da representação de um objeto em uma planta. Elas indicam a relação do tamanho do desenho com o tamanho real do objeto.
Trata-se de um recurso fundamental no desenho técnico, pois traz as noções reais de um projeto.
Cotagem em desenho técnico
Como já citamos no post, para representar qualquer objeto em um desenho técnico é necessário saber suas dimensões reais.
O tamanho das peças deve ser indicado na planta sob a forma de medidas, e é o conjunto dessas informações que chamamos de cotagem.
Para interpretar os desenhos cotados você deve conhecer três elementos básicos: cota (ou valor numérico), linha de cota e linha auxiliar.
As cotas são os números que indicam as medidas da peça.
A linha de cota é aquela que fica abaixo do número e que tem setas ou traços oblíquos nas extremidades.
A linha auxiliar ajuda a ter uma visão melhor do desenho quando a linha de cota não está delimitada dentro do desenho.
A regras para a utilização da cotagem estão descritas na ABNT/NBR 8403
Programas gratuitos para desenho técnico
O Autocad e o Revit são os programas de desenho técnico mais utilizados por arquitetos e profissionais da área. A Autodesk, empresa proprietária dos softwares, libera o download gratuito para estudantes e professores.
Além desse programas, existem outros softwares gratuitos no mercado, confira:
- DraftSight Free
- LibreCAD
- QCAD
- ArchiCad
Materiais utilizados no desenho técnico arquitetônico
Existem materiais específicos para a criação do desenho técnico arquitetônico. Eles ajudam o profissional a ter firmeza e precisão nos traços, além de facilitar a leitura do desenho técnico por quem vai executar a obras. Confira quais são:
- Prancheta
- Fita adesiva (para colar a folha na prancheta)
- Folha sulfite (todas as folhas utilizadas são sempre na dimensão A – A0, A1, A2, A3, A4, A5)
- Folha sulfurizê
- Folha vegetal
- Escalímetro de 30 cm
- Escalímetro de 15 cm
- Transferidor
- Jogo de esquadros
- Réguas comuns
- Compasso
- Gabaritos
- Régua T
- Borracha
- Lapiseiras de ponta 0,3 – 0,5 – 0,7
- Canetas nanquim
Agora que você aprendeu mais sobre o desenho técnico, confira também: Precisa de horas complementares? Confira 6 dicas de como conseguir certificados e comprovar suas horas facilmente
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